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  • Esdras Santos

Fallingwater

Atualizado: 9 de out. de 2020


Casa projetada em 1935, pelo arquiteto norte-americano Frank Lloyd Wright, para a família Kaufmann. Popularizou-se com o nome de Casa da Cascata devido à sua implantação próxima a uma cachoeira. É tema de interesse para arquitetos e o público em geral há anos pelas características de seu planejamento e construção.

Durante a visita com o arquiteto ao terreno, para a escolha do local de implantação da casa, perceberam uma escarpa rochosa próxima a uma queda d’água, um pequeno muro de pedra acompanhava a estrada de acesso delimitando uma área no limite da borda do rio composta por uma grande laje de pedra. Esse local era desprovido de cobertura vegetal possibilitando a incidência de luz solar até o rés do chão em meio à densidade circundante da floresta, no limite leste ocorria um estreitamento do terreno com a presença de duas árvores e uma pequena ponte de madeira sobre o rio, a articulação desse conjunto de elementos indicava uma demarcação intencional, as árvores desempenhavam função de balizadores de acesso ao local e a geomorfologia do lugar estabelecia um ponto de destaque sobre as cachoeiras.

O arquiteto considerava a queda d’água como o núcleo representativo da propriedade, sua essência, identificou o local como o ideal e procurou tirar partido da condição natural do terreno elaborando conceitos norteadores do projeto. Propôs os limites pré-estabelecidos pelo muro de pedra como fronteira construtiva da casa ao norte, consolidou a marcação de acesso existente pelas árvores balizadoras e expandiu o programa residencial a partir de um afloramento de rocha disposto no centro da laje de pedra, esse local seria o centro do lugar, uma lareira encravada na rocha com generosas varandas fechando o perímetro. Estabeleceu o programa da casa em uma sequência de planos sobrepostos imprimindo expressividade à obra, definiu grandes extensões estruturais em balanço de maneira engenhosa, criou bordas de concreto armado invertidas semelhantes a guarda-corpos e as utilizou alternadamente como áreas de varanda ou como locais discretos para a fixação dos aquecedores. Esse partido estrutural permitiu grande leveza ao conjunto diminuindo a espessura dos planos horizontais e ao mesmo tempo deu rigidez extra para os balanços propostos.

Algumas histórias curiosas sobre o processo de projeto da casa relatam a inexistência de desenhos ou estudos de elaboração iniciais, o arquiteto praticamente transferiu para o papel de uma única vez todo o projeto demonstrando capacidade de abstração espacial notável. A ponte de concreto, a pedido do arquiteto, foi feita e refeita como treinamento da mão de obra para os acabamentos de rocha elaborados até alcançarem o nível de qualidade considerado satisfatório para o início das obras. Esses acabamentos de rocha simulavam a formação geológica das paredes da cachoeira, foram duramente criticados pelos aplicadores de papel de parede sob o argumento que tal elaboração seria apenas um simples depositório de poeira.

A casa permaneceu como residência da família até a morte do casal Kaufmann, o filho doou em 1963 a propriedade para uma instituição de conservação local chamada Western Pennsylvania Conservancy. A Casa da Cascata abriu como um museu para o público um ano depois e recebe ainda hoje visitantes de todo o mundo, são estudantes, professores, artistas e curiosos interessados em conhecer mais sobre a Fallingwater.


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